Fidel
Como diria aquele comunista cheio de intimidades, nem sempre entendi o Fidel. Mas ele me ajudou a entender as mais cruéis perversões do capitalismo.
Como diria aquele comunista cheio de intimidades, nem sempre entendi o Fidel. Mas ele me ajudou a entender as mais cruéis perversões do capitalismo.
“…mas ele me ajudou a entender as mais cruéis perversões do capitalismo”. É uma das frases ( com algumas variantes, é claro, para dar um ar de originalidade) mais reproduzidas sobre Fidel Castro, disponível em qualquer antologia que se faça de frases sobre Fidel ou sobre o capitalismo. A nossa esquerda wikepedia adora frases de efeito, e delas tem se utilizado com uma regularidade e com uma desfaçatez alarmantes. Mas o engraçado, é que ao mesmo tempo em que recitam velhos e rançosos slogans anticapitalistas, cobertos de bolor e cheirando a naftalina, não resistem aos apelos do mundo capitalista, como automóvel do ano, do celular de última geração, bons restaurantes, finais de semana em alguma pousada do litoral catarinense, vinhos de boa safra (dizem que a adega do Lula, la no sítio que ele diz que não é dele, é pródiga em fermentados e destilados), e aqueles confortos domésticos que só o capitalismo pode proporcionar. Eventualmente uma viagem à Europa, mas desde que seja Paris, a nossa esquerda adora Paris. Enquanto isso, os cubanos que conseguiram sobreviver aos 47 anos de prisões, torturas, fuzilamentos (foram 17 mil assassinatos, segundo cálculos recentes), medo, falta de alimentos, e que não tiveram coragem ou dinheiro para abandonar o país, mal conseguem conter a expectativa de que dois símbolos do capitalismo, a Coca Cola e o MacDonald”s, desembarquem finalmente na ilha.