A arapuca colegial de Sérgio Moro para Tarso Genro

São interessantes os diálogos do juiz Sérgio Moro com o ex-governador Tarso Genro. Tarso participou de audiência em videoconferência de um dos processos contra Lula, o do famoso caso do tríplex do Guarujá, e o juiz ficou um bom tempo tentando saber sobre a refundação política do PT.

Moro perguntou a Tarso, testemunha de Lula, se o partido tinha punido envolvidos em corrupção e se, no projeto de “refundação e renovação” (ele usa as palavras), voltaria a punir. Pareceu interessado em avaliar e julgar os códigos de conduta moral do partido.

Tarso vem se dedicando há muito tempo a esta reflexão e deve ter gostado da conversa. Disse que corruptos devem ser punidos, em todos os partidos, e que o PT faz isso.

Achei boa a intervenção do advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, que invariavelmente deixa Sérgio Moro desconfortável. Como o juiz estava muito interessado no PT, o advogado saiu-se com essa:

— Vossa excelência, na verdade, não está julgando o PT e nem questões de natureza político-partidária.

Que poder de síntese de Zanini. Por que um juiz deveria se meter em eventuais julgamentos internos de um partido, se ele está julgando uma pessoa em um processo específico? (ou não?)

Moro teve a pretensão de criar uma armadilha para Tarso. Esta foi a arapuca, meio simplória, meio colegial: se Lula for condenado, esse PT que pretende se refundar também vai condená-lo?

Agora, vamos esperar as perguntas espertas do juiz Sergio Moro para o pessoal do PSDB.

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