A CAMINHADA DE LULA

Estou entre os que pretendem ficar ao lado de Lula até o fim, mesmo que ninguém saiba direito hoje que fim será este.

O que se sabe é que a política depende no momento muito mais do impulso dos sonhos do que de esquemas da racionalidade. Então, vamos sonhar até onde for possível.

Estive entre os que defenderam as Diretas depois do golpe de agosto de 2016, mesmo que não fosse palpável. A defesa das Diretas, contra tudo e contra todos (inclusive contra algumas lideranças do PT), funcionaria como uma força inspiradora e aglutinadora.

E as Diretas serviram mesmo para manter parte da esquerda acordada em meio ao trauma da derrubada de Dilma, até se revelar impossível. Me senti recompensado de caminhar com essa boa ilusão ao lado de gente com a bravura da deputada Maria do Rosário.

Agora, há quem defenda, por achar que já não é mais factível, que a candidatura de Lula seja largada na estrada. Que Lula comece a preparar líderes da esquerda para que tomem o bastão e anuncie sua decisão tão logo o Supremo negue o habeas, se é que vai mesmo negar.

Por esta racionalidade preventiva, o líder que carrega nas costas as expectativas de reversão do golpe deveria começar a admitir que daqui a pouco estará fora da disputa, em nome do planejamento da próxima etapa.

É uma proposta que submete a resistência à escolha de um substituto para Lula. Eu defendo (e isso pode não significar nada, porque não represento ninguém) que Lula vá até o fim.

Que carregue o sonho e o fardo do improvável até onde conseguir levar, sem sugerir, em momento algum, que pode se entregar.

A eleição sem Lula, como possibilidade de levar adiante o combate ao golpe, é outra história. Primeiro, que ele siga em frente com os que se dispuserem a caminhar ao seu lado. Eu caminho do jeito que puder.

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