A degradação

Um dia, sabe-se lá quando, as gerações que nos aguardam mais adiante terão, no distanciamento, a medida de todas as violências cometidas pelo golpe.
As violências explícitas e as dissimuladas, a maioria delas previsíveis, como as produzidas pelos políticos, pelo pato da Fiesp, pela imprensa adesista e por seus satélites subalternos.
Mas haverá também o balanço de outras violências nem sempre percebidas, como as desgraçadamente geradas por parte importante do Judiciário.
Este golpe encaminha-se para uma façanha que o golpe de 64 conseguiu apenas parcialmente, com o uso da força e do medo, ao tentar subjugar e desmoralizar a Justiça.
O golpe de agosto vem tentando desqualificar um Judiciário que não enfrenta a imposição autoritária a que os defensores do Direito e da Constituição se submeteram na ditadura civil-militar do século passado.
O Judiciário brasileiro que agora sucumbe à política é contaminado pela porção podre que deveria combater sem ações seletivas.
Quem quiser, que procure falar não só com juízes, mas com promotores, procuradores, juristas e advogados constrangidos com a degradação das instituições a que pertencem. Não se iludam. O Brasil não está sob normalidade.

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