A DÚVIDA DE SERGIO MORO

Vamos imaginar de novo a viagem de volta. A longa viagem de Davos ao Brasil.
Sergio Moro carrega no colo, sentado ao lado de Bolsonaro, sua pasta bem redonda cheia de propostas e ideias brilhantes para o combate ao crime organizado.
E a manchete da Folha, que ele olha no celular, diz que o Banco Central pretende retirar parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório do sistema financeiro.
A prioridade de Moro é atacar o crime organizado, todo o crime organizado, pelo controle das suas movimentações financeiras. É o que ele tem dito e tem gente que acredita. E o BC quer afrouxar esses controles.
E o que o Moro já disse até agora sobre essa nova ideia de afrouxamento, para que os parentes fiquem na boa? “Têm que ser avaliadas as razões da proposta” do Banco Central. Dependendo das razões, a decisão pode ter algum fundamento.
Parentes de políticos são, em casos comprovados, os que guardam, manipulam e passam adiante recursos da lavagem de dinheiro, do caixa 2 e de outras mutretas.
A direita impune está cheia de exemplos. Mas Sergio Moro quer antes ver as razões. O ex-juiz não sabe das razões.
(E tudo isso sem falar no decreto que dá poder a qualquer funcionário do governo de classificar informações públicas como secretas.)

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