A Justiça tomada

Não se impressionem com o que acontece no TRF4, onde até a literatice foi rebaixada. As próximas gerações do Judiciário e do Ministério Público serão ainda mais submissas às orientações de uma direita tomada pela extrema direita.

É só conversar com juristas que pressentem o que vem aí. A realidade que nos espera mais adiante, e daqui a pouco, é mais assustadora.

Hoje, ainda temos focos de resistência, como demonstram os promotores que lutam bravamente contra a manipulação do caso Queiroz-Flavio Bolsonaro no Rio e os policiais que resistem às tentativas de Sergio Moro de desmonte das investigações do assassinato de Marielle.

Mas é provável que daqui a pouco esses focos, visíveis em outros casos, sejam tão insignificantes, em termos numéricos, que não haverá mais nada a fazer.

Vozes como a do desembargador Rogério Favreto, solitário contra o reacionarismo de baixa qualidade do TRF4, não mais serão ouvidas. Já sabemos que serão extintos também os últimos focos de resistência no Supremo.

Erram, e erram muito, os que se agarram a questões aparentemente “técnicas” para entender o que levou o TRF4 a afrontar o Supremo no caso do sítio de Atibaia. A afronta não é técnica. É cada vez mais política, é ideológica, estúpido.

O MP e o Judiciário, junto com as polícias, caminham para o fundamentalismo. Teremos réplicas de Moros e Dallagnóis por toda parte. É o que as ignorâncias disseminam como modelo.

O sistema de Justiça está deixando de ser apenas conservador, seletivo e punitivista de inimigos da esquerda, pobres e negros para ser assumidamente de extrema direita.

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