A PERGUNTA

Uma pergunta para aulas de jornalismo: por que, na entrevista que fez para o Fantástico, a repórter Poliana Abritta não perguntou a Sergio Moro nada sobre a contradição entre condenar de forma categórica o caixa dois (que ele considera um crime grave) e perdoar o deputado Onix Lorenzoni por ter recebido caixa dois?

Só Onix merece perdão? Por que é ministro? Por que um pedido de desculpa anistia um delito?

A contradição foi o assunto da semana passada, depois da entrevista coletiva em que o juiz diz que, se pediu desculpas, Onix fica numa boa.

O que o Fantástico tentou, na tentativa de reparar o mico da pergunta que não foi feita, foi editar dentro da mesma entrevista um texto com imagens sobre a coletiva, como que dizendo: não esquecemos, não, daquele espisódio (e a Globo ainda ofereceu um presente para Onix: a informação de que o deputado já teria doado metade do caixa dois de R$ 100 mil a entidades filantrópicas. Quais?)

Mas a pergunta agora é essa: por que a repórter é recebida pelo juiz para uma entrevista exclusiva (que ele não daria a veículos não cumpliciados com a direita) e não faz a pergunta que todo o Brasil fez durante dias?

O juiz vetou a pergunta por antecipação? Poliana ficou constrangida ou intimidada? A própria repórter poderia falar a respeito, em nome da transparência que o jornalismo tanto defende.

 

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