A SALVAÇÃO DA GLOBO

Os piores jornalistas, em toda parte, nos jornais de Itaqui, de Araraquara ou da Islândia, são os de direita. Defendi o seguinte hoje no almoço da nossa confraria de jornalistas em que um dos confrades é Mario Marona, ex-editor-chefe do Jornal Nacional.

Eu disse ao Marona, mesmo que ele não precise ouvir palpites e lições sobre o que mais sabe: a Globo só se salvará da armadilha que criou sobre o caso do porteiro se apostar em jornalistas de esquerda. Jornalistas mesmo.

Jornalistas de direita estão condenando a grande imprensa à morte precoce. Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, nunca foi repórter. Sempre foi chefe. Já nasceu como chefe, como muitos jornalistas gestores. Kamel é um reacionário que atua como intérprete das vontades do dono.

Essa história do porteiro é exemplar do jornalismo que tenta atender as demandas do chefe. Os Marinho precisam bater nos Bolsonaros. Surgiu o porteiro. Mas os jornalistas, sob pressão, lidaram mal com a pauta, tudo porque o comando das redações da Globo é de gerentões de direita.

Jornalistas de direita são o horror das redações. Sempre foi assim. Não existem jornalistas de direita. Existem gestores de custos, bajuladores e palpiteiros.

A Globo precisa, com urgência, contratar jornalistas que não sejam apenas cumpridores de ordens, ou será derrotada por 7 a 1 pelos Bolsonaros. Precisa de gente que transgrida e desafie os próprios chefes.

As grandes redações brasileiras, em todos os tempos, foram tomadas de gente de esquerda, com muitos comunistas. Faltam comunistas nas redações, que foram sequestradas por gerentes e amigos dos gerentes.

A Globo precisa chamar os ‘comunistas’ de volta, no sentido amplo do significado da palavra. Chamem os talentos de esquerda.

Jornais conservadores que fizeram história foram sustentados por equipes progressistas. Chamem os jornalistas de esquerda ou a extrema direita vai apressar a morte do jornalismo da grande imprensa, que tenta sobreviver fazendo média com a audiência conservadora.

As redações tomadas por jornalistas de direita, enquanto tentam enfrentar Bolsonaro, são tão absurdas quanto churrascarias com cozinheiros vegetarianos.

Deixem os jornalistas de direita em funções corporativas e institucionais. Chamem jornalistas jovens, atrevidos, mas de esquerda. Chamem já.

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