Ah, se tivéssemos um Rockefeller

Morreu David Rockefeller, que eu nem sabia que ainda existia. Tinha 101 anos. Neste século 21 da era Trump, um homem como Rockefeller é quase nada em termos de poder conservador.

Em meio a tanto reacionarismo, tanta xenofobia e tanta crueldade, chegamos ao ponto em que um Rockefeller morre e a gente sente até vontade de reverenciá-lo. Se os gaúchos tivessem um Rockefeller, só um deles, como Nelson, irmão de David, entre os ex-ricos que hoje acolhem o Bolsonaro no Moinhos de Vento, o prédio da Fundação Iberê não estaria sob a ameaça de virar uma tapera de grife.

Teríamos muitos mecenas nas artes e outros tantos dedicados também à educação, à ciência e à saúde. Mas aqui os ricos militantes querem apenas saber de golpe, de reformas, de ajustes e do Bolsonaro. Os outros ricos, ditos liberais, muito quietos, continuam cada vez mais quietos.

Dizem que o Museu de Arte Moderna de Nova York não existiria sem David Rockefeller. Que mundo é este em que já sinto saudade de um banqueiro, um filantropo e um mecenas americano que eu nem sabia que estava vivo.

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