AS MOÇAS

Em 2013, o Banrisul fez a propaganda que só agora o Banco do Brasil teve a coragem de fazer e que acabou sendo censurada por Bolsonaro. Não era a mesma coisa, mas também tinha a essência da exaltação das liberdades e da diversidade associada aos jovens e ao atrevimento.
Na propaganda do Bansirul, sobre o que move as pessoas, em uma das cenas duas moças caminham de costas e revelam, em dois segundos, parte da mensagem que o Banrisul queria passar (olhem o vídeo).
É uma das propagandas mais lindas dos últimos anos, foi produzida pela Competence. Tem imagens e texto primorosos.
O Banrisul que tanto exaltava campos, tradições e cavalos, sempre associados ao conservadorismo, mudava seu olhar: dizia que estava com as mudanças, as diferenças, o respeito às moças e moços que namoram do jeito que querem namorar. Que cada um levasse adiante seus sonhos e seu jeito de viver, sempre respeitando o outro.
(E aqui acrescento, de carona, uma observação da minha amiga Walquires Maciel: a propaganda poderia ter mais negros. Digo eu: poderia ser menos branca.)
Escrevi a crônica As moças na Zero e fico feliz de ter ajudado a inspirar o então estudante Alex Pauletto Mello na sua monografia no curso de Comunicação da UFRGS.
Alex analisa a campanha do Banrisul em profundidade, e seu estudo deveria ser lido agora inclusive pelos reacionários (o link está abaixo).
Pois até ali, até aquele 2013, parecia que, mesmo aos solavancos, o mundo iria andar sempre pra frente. Começou a andar pra trás.
Nem sei se hoje, sob um governo estadual eleito com apoio do bolsonarismo, o Banrisul agora ameaçado de privatização faria algo parecido.

(Link para a monografia)
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/88700/000913406.pdf?sequence=1&isAllowed=y&fbclid=IwAR19XJlrb5BrRcdcdEAj0Rj1OCdq8Zg-FjLf7TIBqWCCUesC6_HVrg42mKM

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