Ciúme dos argentinos

O juiz federal Martínez de Giorgi é o Sergio Moro da Argentina, onde a Justiça também caça líderes da esquerda e kirchneristas, como aqui caçam lulistas e líderes do PT. O alvo lá agora é Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio.

Martínez de Giorgi tentou e não conseguiu o que Moro conseguiu aqui: deter, para depoimento, a mulher de 87 anos acusada de conivência com corruptos que teriam desviado dinheiro de programas sociais.

Alguns vão dizer que Lula não foi detido, mas enviado ao aeroporto de Congonhas sob condução coercitiva. Está bom, então tá, condução coercitiva…

Pois lá os argentinos se levantaram em apoio à dona Hebe, por suspeitarem das investigações. Hoje, eles fizeram a manifestação de número 2000 das Mães da Praça de Maio. E dona Hebe estava lá no protesto gigantesco.

Lá e aqui a Justiça tem dado prioridade a caçar inimigos da direita. E a direita impune se diverte, lá e aqui. A diferença é que os argentinos lidam com mais valentia contra investigações, processos e conduções coercitivas seletivas.

Os argentinos, vamos admitir, têm o que nós talvez nunca venhamos a ter. E que está nesta frase em que dona Hebe pede que não desistam de denunciar os crimes da ditadura e, agora, os desatinos do governo Macri:

– Lutamos todos os dias e todas as horas. Não venham dizer que estão deprimidos. Como estar deprimidos, se há sempre o que fazer por uma pátria?

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