COMPOSIÇÃO SOBRE O JORNALISMO FOFO

Nunca, em tempo algum, a imprensa brasileira foi tomada por tantos adesistas e reacionários como agora. Nem na ditadura.

Hoje, eles são numericamente superiores e muitos são fofos.
Não havia jornalista de direita fofo na ditadura. O jornalista era declaradamente de direita, às vezes com certo orgulho, ou era um dissimulado, mas nunca um fofo.

O jornalista fofo é uma invenção de pouco antes do golpe de agosto de 2016. É um disfarce do jornalista de direita, porque o sujeito insinua grandeza humanista, mas está sempre ao lado do ultraconservadorismo e até do bolsonarismo.

Nunca, em tempo algum, o jornalismo gaúcho teve tanta gente de direita com esse perfil. Não há no Brasil tantos jornalistas bolsonaristas assumidos ou disfarçados quanto no Rio Grande do Sul.

As redações gaúchas são o grande criadouro de jornalistas reacionários, mais do que as paulistas, onde há exemplos de arrependimento, como o caso clássico de Reinaldo Azevedo.

Não há arrependidos no Rio Grande do Sul.
A maioria dos reacionários gaúchos atua nas rádios, em todas as emissoras de todas as redes, porque poucos têm intimidade com a escrita.

Os que escrevem não vão além do segundo parágrafo, para não se enredarem nas próprias ideias e em vírgulas traiçoeiras. O jornalista fofo clássico é bom de conversa.

A maioria só consegue escrever sobre a primavera, datas e eventos. Amanhã, por exemplo, teremos jornalista fofo escrevendo sobre o Dia da Consciência Negra.

O jornalismo fofo é emotivo, lírico e cínico.

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