Duas provocações

Desde ontem à tarde lido com duas provocações, sem saber destrinchar nenhuma delas. Tomei 14 mates agora de manhã, enquanto caía um chuvisco, e fiquei ainda mais confuso, quando geralmente o chimarrão me traz a sensação de que fiquei mais esperto.

A primeira provocação é a da poeta Alice Ruiz. Alice diz que fizeram uma bobagem ao disseminar os vídeos com a ‘palestra’ de Bolsonaro na Hebraica do Rio.

A poeta curitibana lembra que foi publicitária. E que a publicidade ensina que, quanto mais se mexe com algo, mais essa coisa se propaga, inclusive o lixo. Estariam fazendo propaganda de graça para o Bolsonaro.

Será? Não sei se o melhor, em mais uma exibição de fascismo de Bolsonaro, é ignorar a fala dele. O discurso de Bolsonaro deveria ficar num biombo, para que poucos privilegiados (os mais espertos e informados?) o examinassem com atenção?

Defendo que se ofereça a todos a chance de refletir sobre ameaças como essa.

A segunda provocação é do economista Márcio Pochmann, que presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Pochmann acha que, se não houver uma radicalização da reação ao golpe, não sai eleição no ano que vem.

E o que significa radicalizar? Ele não diz direito, diz apenas que tudo deve ser feito dentro da democracia. Sair às ruas? Parece que poucos querem sair. Acionar a força dos sindicatos? Gritar mais na internet?

Pela tese de Alice, Pochmann não deveria falar em mais um golpe, desta vez contra a eleição de 2018, porque a disseminação da hipótese poderia transformá-la em algo real.

Vou tomar mais uns mates.

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