EIS UM CONTISTA

Alguns dos desafios que se apresentam para o jornalista que decide fazer ficção: escapar dos cacoetes do texto ‘objetivo’, que se repete todo dia na nossa vida, ou mesmo das narrativas ditas naturalistas de quem escreve uma novela ou um conto como se escrevesse uma reportagem.
Grandes narradores fizeram ficção de alto nível como se fossem repórteres escrevendo sobre o que haviam acabado de ver. Mas o escritor que desencarna do jornalista vai além disso e se solta por outros caminhos e vira ficcionista.
O ficcionista tem que fugir das amarras do que sempre fez como jornalista e inventar, transgredir e arriscar mesmo, no sentido de ser mais do que jornalista.
Li agora alguns contos do Flávio Ilha, nome consagrado do jornalismo gaúcho, um texto facilmente reconhecível pela excelência e pelas particularidades.
Pois Flávio faz ficção da boa em Longe Daqui, Aqui Mesmo (Editora Diadorim). Quem quiser procurar, claro que irá encontrar o jornalista aqui e ali. Mas o que se apresenta mesmo é o ficcionista. Flávio é contista.
Mais não digo. O livro será lançado terça, dia 29, a partir das 20h, no Baden Cafés Especiais (Jerônimo de Ornelas, 431).

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