ESPAÇOS DE RESISTÊNCIA

O golpe abalou o poder da Esquina Democrática e da Redenção, principalmente no entorno do Brique e do Monumento ao Expedicionário, de juntar, agregar e mobilizar gente pela democracia e por causas específicas contra as crueldades da direita, como esta tentativa agora de proibir aborto em caso de estupro.
A energia histórica desses lugares foi consumida aos poucos pelas circunstâncias criadas pelos golpistas. A interrogação que todos fazem é desconfortável: quando a Esquina e o Brique serão ressuscitados como espaços de resistência, enquanto o fascismo avança?
A desglamourização da política, do petismo e do lulismo explicam apenas parte da perda de vigor de quem se mobilizava com certa facilidade nesses lugares.
A rua continua a derrubar poderosos em outras partes do mundo, mas o brasileiro desistiu (pelo menos no momento) de lutar por qualquer coisa, para ver mais adiante o que acontecerá com a destruição das leis trabalhistas, da previdência, do SUS, da educação, do patrimônio do pré-sal. O cansaço coletivo desafia a capacidade de inspiração e de aglutinação de líderes, militantes, políticos, ONGs e partidos.
Que esses lugares voltem logo a ser o que sempre foram. E que se reconheça a bravura das mulheres que foram ontem à Redenção para lutar contra a PEC 181, que criminaliza o aborto mesmo em caso de estupro.

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