Mais poderoso do que a Globo

Gilmar Mendes enfrenta o terceiro pedido de impeachment, por sua militância política, e ataca a militância dos outros, como fez na palestra de ontem no Recife.

Parece que Mendes fala para ele mesmo: “Quem quiser fazer política, que vá aos partidos políticos e faça política lá. Não na promotoria, não nos tribunais”.

Mendes debocha de pedidos de cassação da sua toga de ministro do Supremo, como este último apresentado pelo ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles.

No pedido encaminhado ao Senado, Fonteles lembra que Mendes atua há muito tempo como militante partidário (do PSDB, é claro) e desrespeita os próprios colegas ao criticar publicamente suas decisões. E comete outros delitos graves enumerados por Fonteles.

Só que o Senado (no tempo da dinastia Renan Calheiros) já arquivou outros dois pedidos de impeachment de Gilmar Mendes, também apresentados por juristas no ano passado.

Um dos grupos recorreu este ano ao Supremo com um mandado de segurança contra a decisão de Calheiros, mas o caso foi arquivado de novo pelo ministro Edson Fachin.

Enquanto as iniciativas forem isoladas, como esta de Fonteles (que é subscrita pelo professor da UnB Marcelo Neves), enquanto o Brasil continuar com medo de Gilmar Mendes e enquanto Gilmar Mendes puder dizer e fazer o que bem entende, o desfecho das ações será previsível. A gaveta.

Hoje, Gilmar Mendes é mais poderoso do que a Globo, que tenta derrubar o jaburu-rei e não consegue. E todos temem suas ameaças.

 

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