Não foi desta vez

Eu esperava que a condenação de Ricardo José Neis, o atropelador de 17 ciclistas em 2011, inaugurasse uma nova era nos julgamentos de motoristas violentos que matam, mutilam ou ferem quem anda de bicicleta ou a pé.

Que a condenação fosse uma homenagem tardia à memória do professor da UFRGS Antônio Carlos Strinnghini Guimarães, o Guima, atropelado pelas costas e assassinado, em 2005, por um motorista em alta velocidade que nunca foi punido como deveria ter sido.

Esperava que, com o júri encerrado hoje, chegasse ao fim a época da impunidade dos motoristas atropeladores que agem nas ruas como se fossem donos da cidade e das vidas alheias.

Neis foi condenado hoje a 12 anos de prisão e pode recorrer em liberdade. Já há quem diga que ele nunca pegará cadeia.

Os promotores Eugênio Amorim e Lúcia Helena de Lima Callegari carregaram nas costas as expectativas dos que desejam ver Porto Alegre civilizada (nas ruas, pelo menos). Certamente fizeram o que poderiam ter feito.

Mas não precisa ser advogado ou operador do Direito para ficar com a sensação de que não foi desta vez.

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