O amigo de Gilmar Mendes

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Gilmar Mendes acha que seu amigo Dias Toffoli está na mira dos procuradores que, diz ele, vazaram informações para a Veja. Toffoli teria recebido favores da OAS, conforme conteúdo de delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, que chegou ao conhecimento da revista.

Os vazadores, acredita Mendes, são procuradores que perseguem Toffoli porque tiveram decisões contrariadas pelo amigo na Lava-Jato.

Nunca antes Mendes se levantou contra vazamentos seletivos sistemáticos contra Lula, Dilma e muitos outros investigados ou já condenados. Mas Toffoli é próximo do ministro e merece ser defendido.

O estranho é ouvir de um membro do Supremo que certos procuradores escolhem quem desejam investigar, como Toffoli, se muito do que tem sido feito na Lava-Jato é exatamente a preferência por alvos bem específicos pela Polícia Federal, pelo MP e pelo Judiciário de Curitiba. E pela Veja, claro, há muito tempo.

A força-tarefa da Lava-Jato faz e acontece e não há reação do STF. Um juiz de primeira instância mantém gente na cadeia (em prisão preventiva!) por mais de um ano, sem qualquer manifestação dos ministros do Supremo de que isso não é razoável (é legal, repetem). Manter alguém preso indefinidamente, até que se degrade moralmente e delate seus cúmplices, está dentro da lei.

Agora, vem Mendes defender Toffoli e registrar que determinadas pessoas estão na mira do MP. Nem é o caso de se identificar quem estaria na mira de outras autoridades, porque isso seria redundante.

Mendes fala do excesso de poderes do Ministério Público. Há outros excessos de poderes nas mãos de poderosos de outras instituições, que visam sempre os mesmos alvos.

Gilmar Mendes, o homem que definiu a Lei da Ficha Limpa como obra de bêbados, sabe do que fala quando trata dos que exercem o poder a seu modo para pregações e ações seletivas.

 

 

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