O cinismo do confidente de Andrea Neves

Há mais de dois meses, no dia 19 de março, a jornalista Paula Cesarino Costa, ombudsman da Folha de S. Paulo, denunciou em sua coluna que procuradores federais vazavam informações da chamada lista de Janot. A lista tinha os nomes dos políticos delatados por corruptores.

Ninguém fez nada. O procurador-geral Rodrigo Janot disse que não havia o que fazer. E o juiz Sergio Moro, divagando sobre o assunto, afirmou que investigar vazamentos era como “caçar fantasmas”.

Ninguém da imprensa reforçou a denúncia de Paula, nem mesmo o próprio jornal em que ela trabalha, porque isso não interessava à direita. Nem mesmo quando a jornalista reafirmou que tinha mais de três fontes para provar o que havia escrito. E repetiu: os vazamentos são feitos por procuradores.

É muita ironia que agora o ministro Edson Fachin exija explicações sobre vazamentos da Procuradoria-Geral da República a partir do caso do grampo de Reinaldo Azevedo com a irmã de Aécio.

Azevedo sempre fez parte da torcida dos vazamentos seletivos, quando atingiam Lula, Dilma ou alguém do PT. Azevedo, o confidente da irmã de Aécio (com quem conversou com evidente intimidade), o herói da direita golpista, é um cínico.

Investigar vazamentos somente agora, porque Reinaldo Azevedo foi vítima do que pregava com ferocidade, é um deboche com o jornalismo.

Por que Azevedo merece tratamento vip do Supremo? O que ele tem que outros vazados não têm?

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