O DUELO GLOBO-INTERCEPT

Por que a Globo passa a insistir na teoria da infiltração dos russos no escândalo dos vazamentos? Porque, se a aparecer alguma coisa que a envolva no pântano de Curitiba, tudo terá sido obra dos comunistas.
O duelo agora não é mais entre a Globo e Bolsonaro, pelo menos por enquanto. Agora é do Intercept de Glenn Greenwald com a Globo.
Há armadilhas nessa briga em que Greenwald diz que a Globo é parte do conluio da Lava-Jato contra Lula, e a Globo tenta desqualificar os arquivos dos vazamentos das conversas em que se confirma que Moro mandava em Dallagnol.
A armadilha seria esta: Moro pode cair, mas os Bolsonaros, o pai e os filhos, podem se fortalecer. Uma Globo fragilizada, com eventuais vazamentos que a comprometam, teria que força para continuar enfrentando Bolsonaro?
“A Globo foi para a força tarefa da Lava-Jato aliada, amiga, parceira, sócia”, diz Glenn Greenwald. O jornalista avisa: tem mais coisa guardada.
A Globo terá de levar adiante a tese da espionagem dos russos. E combinar com a turma de Curitiba que a estratégia agora é insinuar que todo vazamento é falso. Depois de admitirem, na arrancada, que as conversas eram verdadeiras.
Temos então a batalha entre o jornalismo meia boca da Globo (que tentava pegar Bolsonaro para se livrar da extrema direita que ameaça a organização) e o jornalismo de verdade do Intercept.
A Globo, que ajudou no golpe, que abandonou Eduardo Cunha, que não conseguiu depois derrubar o jaburu, que inventou Bolsonaro e que se volta agora contra a criatura enfrenta não só um site, mas toda uma rede alternativa que faz jornalismo sem falsas neutralidades, à margem do esquema poderoso da grande imprensa.
Uma pedrada na testa pode acabar com tudo.

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