O guardião da memória de Che

Algumas considerações sobre a roda de conversa de ontem com o jornalista cubano Santiago Feliú, no encontro promovido pelo Sindicato dos Jornalistas, no Sindicato dos Bancários.

Santiago fez parte da imprensa de Fidel Castro, trabalha na Revista Tricontinental, da Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL), e está empenhado na preservação da memória de Che Guevara, que faria 90 anos no dia 14 de junho do ano que vem.

Ele deseja que se fortaleça nessas comemorações o “legado ético de Che”, porque o legado épico já está consagrado. Esse legado seria o da solidariedade, da correção de conduta e da dedicação ao socialismo.

Perguntei a ele quais eram as opções de informação em Cuba, se o governo controla quase tudo. Santiago admitiu que faz jornalismo de Estado, que se contrapõe às informações de quem se dedica a combater o governo (para que os nossos ‘liberais’ verde-amarelos não se espantem, ele faz assumidamente pelo socialismo o que muitos jornalistas brasileiros fazem, às vezes camufladamente, pelo golpismo e pelo falso liberalismo do pato da Fiesp).

Há em Cuba mais de 80 núcleos de jornalismo ligados a algum órgão de comunicação de fora (correspondentes, sucursais, etc). Além dos sites e blogueiros anti-regime, como o da mais conhecida jornalista de combate ao governo, Yoany Sánchez.

Algumas preocupações de hoje em Cuba. Há muita terra ociosa, porque os jovens querem ser urbanos, médicos, engenheiros e até cosmonautas, e áreas cedidas a muitas famílias não são exploradas.

A taxa de natalidade vem caindo e Cuba está se transformando rapidamente num país de muitos velhos e poucos jovens. E há o crescimento de ilhas de elites econômicas em várias áreas.

Uma distorção visível citada por ele: com o crescimento do turismo, uma pessoa deixou de ser dona de um carro de táxi e passou a explorar vários carros com motoristas.

Hoje, às 19h, Santiago lança o livro Canto Épico a la Ternura, em homenagem a Che Guevara, no Solar dos Câmara (Duque de Caxias), com apresentações de Ernesto Fagundes, Leonardo Ribeiro, Talo Pereyra, Liane Schuler, Demétrio Xavier, Marisa Rotemberg, Mário Falcão e Pablo Lanzoni. Este evento estava previsto para o Centro Cultural CEEE.

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