O JORNALISMO MEDROSO

Se o jornalismo não estivesse tão acovardado, como está a própria Justiça, a grande imprensa já teria mobilizado seus repórteres investigativos. Mas a Folha ficou sozinha na história da gangue de empresários que espalham notícias falsas pelo WhatsApp em favor do candidato da extrema direita.
Essa seria, em tempos normais, uma tarefa de todos os jornais, e não só da Folha, que deu o furo. Pela repercussão do caso, pelo encolhimento da Justiça Eleitoral e pelas evidências de que a campanha do fascismo foi para as cordas com a notícia da disseminação de notícias mentirosas, essa seria a hora de mexer no monturo.
Investigações, mesmo as mais superficiais, poderiam revelar, além do abuso do poder econômico e do crime eleitoral, a origem do crime maior de disseminação de difamações para enganar o eleitor e fraudar a eleição.
Mas aí seria esperar demais. A Folha ficou sozinha e deixou sozinha a repórter Patrícia Campos Mello, que vem sendo ameaçada de morte pelos bolsonaristas.
Os outros jornais esnobam a denúncia ou desqualificam a Folha, como fez o Estadão.
A maioria cheira o monturo, dá uma olhada, ergue a perna, dá uma mijada, marca posição (para dizer que tratou do caso) e se afasta. Como cães mijões e covardes.

One thought on “O JORNALISMO MEDROSO

  1. A Folha não ficou sozinha, nem estava fazendo jornalismo independente. Estava apenas aumentando a alavancagem do cartel midiático para negociar com o Bolsonaro.

    Não é do TSE (controlado pelos generais), nem dos jornais que devemos esperar algo. Quem tinha que reagir era o PT, se recusando a participar de uma eleição fraudada e soltando os áudios do Bolsonaro negociando o caixa 2.

    Quem participa de eleição fraudulenta, sabendo da fraude, é cúmplice. Estamos sendo traídos.

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