O silêncio do moralista
Uma das vozes mais fortes do moralismo de direita na Câmara dos Deputados, relator do projeto messiânico de Deltan Dallagnol de caça a corruptos, tenta agora se livrar do julgamento do Supremo.
O moralista é um dos denunciados da lista de Janot por recebimento de caixa dois (que o STF terá de dizer se não é propina, mesmo que no caso da direita nunca seja…).
O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar disse em delação a respeito desse deputado: “Estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós gostaríamos de tê-lo aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado federal”. E foi assim que o tal parlamentar recebeu dinheiro por fora.
Agora, o denunciado pede para abrir mão do foro privilegiado para que seu processo saia do Supremo e vá para a Justiça de primeira instância. É uma manobra escapista que em outros tempos ele condenaria aos gritos.
Aliás, ultimamente ninguém escuta um pio deste deputado sobre a Lava-Jato e o pacote justiceiro de Dallagnol contra a corrupção. O PFL já foi mais valente.
Trata-se daquele que alguém disse que tem nome de marca de chuveiro? Conhecemos bem esse traste. É um falso-moralista carimbado, a começar pelo nome do partido que defende. Um bando de conservadores, advindos da Ditadura Militar, se chamarem de “Democratas” já diz tudo. São desonestos até no nome do partido.