Os gângsteres

O Quadrilhão não era apenas o esquema criminoso do PMDB. O que o procurador Rodrigo Janot denuncia é mais do que uma gangue política.
A denúncia mostra pela primeira vez, em detalhes, com provas, como grandes empresários brasileiros atuam como gângsteres (mesmo que seus nomes e seus rostos fiquem para sempre encobertos).
Fica claro que Eduardo Cunha e seus cúmplices foram apenas prepostos dos empresários e, depois, do esquema do pato da Fiesp que levou ao golpe. O golpe foi aplicado pela máfia de empresários articulados em torno do jaburu-da-mala, de tucanos e demais atores da direita.
O Quadrilhão trabalhava para os empresários, negociando decisões de governo e do Congresso.
O Quadrilhão, com empresários, o PMDB, os picaretas do Congresso e suas ramificações, é o verdadeiro mensalão. Os governos do PT limitavam a ampliação e a desenvoltura dos seus interesses.
O baixo clero da Câmara e do Senado, que assegurou maioria ao golpe, foi parte do esquema de compra de apoios, na hora de derrubar Dilma.
Os tucanos, que almejaram o lugar do jaburu e são protagonistas do golpe (mas estão livres da Justiça até agora), participaram da queda de Dilma, com a mesma hierarquia, ao lado desta gente. Mas os corruptos do PSDB continuam e continuarão impunes e intocáveis.
A classe média das panelas, agora quieta e constrangida, apoiou essas máfias. Em qualquer outro país, as denúncias empurrariam todo o governo para o penhasco e para a cadeia. Aqui, estaremos amanhã falando da alta da bolsa e da queda do dólar, com a maior naturalidade.
Quem acredita que a Justiça amiga de Romero Jucá irá acabar com o Quadrilhão e com a máquina empresarial que o sustenta e o movimenta?

 

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