OS NEGROS NO MARACANÃ

Foi linda e foi triste a imagem mostrada ontem com 50 mil pessoas no Maracanã. Nunca os cariocas viram tantos pobres e tantos negros desde a remodelação do estádio para a Copa de 2014.
Nunca o novo Maracanã viu tanta gente cantando. E por que isso é triste? Porque aquela é a imagem da discriminação dos pobres pelo futebol, uma imagem rara que dificilmente se repetirá.
O Maracanã teve sua torcida de volta, a velha torcida do maior estádio do mundo, a torcida do Canal 100, porque aquilo era um treino. Não era um jogo.
Um jogo não tem pobres e negros. O Flamengo abriu o treino (porque vai jogar com portões fechados hoje em Brasília) por um quilo de alimento. Só por isso o Maracanã estava cheio de povo.
As máfias do futebol conseguiram provar que os estádios sobrevivem sem povo. Pobre só entra no Maracanã quando pode levar comida para ver treino.
Se não fosse assim, se fosse em dia normal, o Maracanã estaria cheio de brancos, de gente da classe média e de ricos. É assim em todo o Brasil. É o que se vê nos jogos transmitidos pela TV. Só tem branco, com meia dúzia de negros.
Pobre não entra mais em estádio, não tem como pagar R$ 100 ou mais por um ingresso. Só entra quando tem treino e pode levar um quilo de feijão.
(Esta foto aí é de um vídeo do jornal O Globo)

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