Os sons, de novo

Escrevi ontem sobre a lei que pune motoristas que estejam em carros (andando ou parados) com som que possa ser ouvido fora do veículo. Não interessa se o som é alto ou baixo. Se for ouvido fora do carro, é infração.
Pois bem. Às 17h de domingo, entrei na Avenida Guaíba, em Ipanema, e percorri o trajeto de uns quatro quilômetros, desde o cotovelo, logo depois do Bologna, até o Guarujá. Ali na beira do Guaíba está o foco da bagaceirada que vem de todas as regiões de Porto Alegre para infernizar a vida dos moradores aos domingos.
Encontrei três automóveis com som que poderia ser ouvido na rua. Um andava logo atrás do meu carro, com o clássico som bate-estaca, a todo volume.
Os outros foram encontrados mais adiante, parados, com som médio, mas chato. Não encontrei um brigadiano ou um azulzinho para perguntar: quem de vocês multa estes caras?
E agora digo o que eu acho: essa lei não pega. Só vai pegar se algum preso na masmorra de Curitiba delatar um motorista com o som alto. E, claro, se o motorista for do PT.

One thought on “Os sons, de novo

  1. É um absurdo, realmente. Compartilho com o amigo essa indignação que nos revolta. Moro na Zona Norte, e em um domingo desses tambem fui vítima desse tipo de agressão. Numa vila próxima, isso a mais de um quilômetro da minha casa, passei uma tarde inteira a ouvir um desses gêneros cuja letra não cabe no interior da música. Falava sobre estupro, aborto, violência, enquanto a platéia alcançava níveis de entusiasmo que beiravam a histeria. Mas ao contrário do que ocorre na zona sul, onde alguns desses imbecis da geração do Merthiolate que não arde, beneficiários de algum sistema de cota qualquer, invasores de escolas, maus leitores, e que adoram reduzir a música ao seu elemento mais primitivo,o som e o ritmo, a baderna que ocorreu perto de minha casa foi patrocinada pelo perfil popularesco de alguma secretaria da Prefeitura de Porto Alegre. Eu acredito que um dia a aplicação dessa lei venha a impor mais respeito à popuação, da zona sul,da zona norte ou nas vilas populares. Mas somente quando extirparmos do Brasil o populismo, o vitimismo e o mimimi.

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