Poesia na masmorra (3)
Continuemos imaginando a cena na masmorra de Curitiba. Sarney está de visita a Jucá, Calheiros e Cunha, com uma tornozeleira novinha na canela esquerda, porque foi liberado pelo Janot para ficar em casa.
Cunha quer saber se é desconfortável e pergunta por que não colocaram na canela direita. Sarney diz que só incomoda quando cruza as pernas, mas que ele não é homem de ficar cruzando as pernas a toda hora.
Calheiros, num canto, lê um poema que não é dele. Jucá presta atenção. É um soneto do Olavo de Carvalho, fala de dinheiro, de acumulação e de boleto bancário. É lindo o soneto calvinista.
Ei-lo:
Soneto calvinista
Quando eu for rico, ostentarei na pança Como a mim mesmo me amarei, deixando Como um cão tu andarás por onde eu ande, mas que Ele bem conhece, pois nas sombras |