TARCISO

Todo mundo falou de Tarciso e eu também vou falar. Tarciso só não foi maior do que Alcindo.
Me lembro que quando ele chegou ao Olímpico (depois de dar uma surra no Grêmio pelo América) usava calções largos, até os joelhos, quando a moda eram calções apertadinhos. Como ralou o Tarciso.
E me lembro que há muito tempo eu saía do Mercado Público quando vi um baixinho vestindo uma placa-sanduíche com a propaganda de Tarciso para vereador de Porto Alegre.
Era Jurandir (aquele que anulou Falcão num Gre-Nal). Conversamos e ele me contou do que eu já sabia, que Tarciso fazia um trabalho bonito com crianças em escolinhas de futebol na zona sul. Gostei de ouvir aquilo.
Jurandir me disse: então vota nele, porque ele quer fazer mais. Eu votei. Eram tempos em que um cara como Tarciso não se elegia apenas por ser ídolo, mas porque seu trabalho depois do futebol era também um claro exercício de cidadania vinculado às populações mais pobres.
Votei em Tarciso pelo que havia sido e pelo que continuava sendo. Ele foi um dos últimos com nome vinculado ao futebol que não era apenas um ex-jogador que fazia política (e muito menos de direita, que é para onde quase todos eles caminham). Obrigado, craque e cidadão Tarciso.

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