VEM AÍ O TRUQUE DO HACKER

A Lava-Jato pode estar perto da sua próxima mágica. Tanto anunciam que uma hora vão pegar e mostrar um suspeito de ter agido como hacker nos celulares do ex-juiz e dos procuradores de Curitiba.

Podemos nos preparar para a grande confusão que será armada. O suposto hacker, como tem dito Moro, será acusado do vazamento das mensagens para o Intercept. E estará exposto ao Brasil como o criminoso que conspirou contra a caçada aos corruptos. Só que não.

O hacker, se é que existe, certamente não tem relação alguma com as mensagens que estão sendo divulgadas. Essa história de hacker surgiu no início de junho, quando o ex-juiz saiu anunciando que haviam invadido seu celular.

Logo depois, surgiram notícias de que Dallagnol também havia sido vítima de invasão. Com a divulgação das mensagens pelo Intercept, a partir de 9 de junho, tentaram estabelecer uma conexão: o hacker estava vazando o que havia sequestrado dos celulares.

Foi a primeira tentativa de criar confusão. Os dois já sabiam dos vazamentos e criaram antes o álibi do hacker?

Mas logo depois Sergio Moro decide dizer que havia se livrado do sistema de mensagens Telegram em 2017. E na sequência Dallagnol juntou sua turma para anunciar, em solene entrevista coletiva, que em abril todos eles haviam jogado o Telegram ao espaço. Porque, acreditem, o hacker poderia voltar.

Era uma estratégia óbvia de escapar da busca de provas das conversas. Não que alguém pense que em algum momento as mensagens publicadas pelo Intercept pudessem ser confrontadas com as que estavam nos arquivos do juiz e do procurador. Não. Eles nunca permitiriam que isso fosse feito.

O que importa é que Moro e Dallagnol livraram-se das provas, ou imaginam que estão livres delas. E o procurador se nega a entregar o celular para perícia.

Juristas repetem todos os dias que o conteúdo das mensagens deveria estar sendo investigado, e não só o presumido crime cometido pelo tal hacker. Mas ninguém investiga nada.

Mas o hacker estará preso daqui a pouco. Com o novo troféu da dupla Moro-Dallagnol, teremos então a nova confusão: o hacker, terrivelmente criminoso, pode ter roubado e adulterado as mensagens.

Estará armado o circo. Será preciso potencializar idiotias já potentes para tentar convencer que a prisão de um possível hacker esclarece tudo.

Os envolvidos na troca de mensagens escabrosas, dentro da Lava-Jato, sabem que o vazador dos arquivos pode ter estado bem ao lado deles, ou ainda pode estar.

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