Vilania
O historiador Décio Freitas fumava um cigarro filado, como se estivesse há semanas em abstinência, no bar da Redação da Zero, quando comentou algo que eu não me lembro mesmo o que era e disse:
– Foi uma vilania.
Me marcou porque foi a primeira vez que ouvi alguém definir algo numa conversa como vilania.
Pois quero agora escrever pela primeira vez a palavra com a pretensão de ter a mesma força expelida pela fala do Décio.
O que certos jornalistas que inventaram Cunha estão fazendo com a própria criatura é uma vilania.
Os criadores de Eduardo Cunha, os fomentadores das suas ações, os estimuladores de todos os seus movimentos em direção ao golpe os induziram à soberba e ao vale tudo e agora o abandonam.
A direita não tem a dignidade de recolher os cadáveres que vai deixando pelo chão. Cunha é pisoteado pelos jornalistas que o enlouqueceram a serviço do golpe e o levaram à desgraça.
Isso é vilania.
Pelo menos me lembrei do Décio.