Tim-tim, professor Figueiró
Esta é a parte final do obituário do médico e professor João Augusto Bertuol Figueiró, fundador do Instituto Zero a Seis, dedicado ao desenvolvimento da criança até os seis anos, de Pelotas, que a Folha publica hoje:
“Foi diagnosticado com câncer abdominal há um ano, quando passou a estudar métodos de cura da doença.
Quando o processo se tornou irreversível, desenvolveu interesse pela filosofia oriental e começou a preparar sua passagem. Não quis fazer tratamentos penosos e proibiu a família de organizar velório quando chegasse a hora.
Preparou uma festa de despedida para este sábado (11), mas não poderá participar. Mesmo assim, pediu que não a cancelassem. Morreu no dia 3, aos 66 anos. Deixa a mulher Rosana, quatro filhos e seis netos”.
Eu gostaria de saber mais dessa festa. E queria ter conhecido o professor, que foi endocrinologista, psicanalista e especialista em dor e em infância.
Obituários me comovem não só porque descrevem vidas singulares (não tratam de morte), mas porque escrever necrológios, como diziam na Gazeta de Alegrete, foi a primeira coisa que fiz como repórter.
E pessoas que aplicam suas energias em várias frentes me interessam mais ainda, porque busco a cumplicidade dessa vocação para a dispersão. O título do obituário é este: Médico gaúcho investigou tudo que o cercava.
O texto, do repórter Antonio Mammi, tem o tom exato do personagem que procura e consegue descrever.
(O filme Invasões Bárbaras, de Denys Arcand, é sobre um professor canadense que no fim da vida, como doente terminal, faz uma festa de despedida. Figueiró não conseguiu.)
Foi com grande surpresa e Tristeza que li está notícia. João Augusto foi meu colega de aula durante todo o ginásio e parte do científico no Colégio Estadual Liberato Salzano Vieira da Cunha , em Cachoeira do Sul. brilhante e bem humorado colega. Ele era Cachoeirense, fez Medicina em Pelotas. Filho DE uma inesquecível professora Iris Bertuol Figueiró e IRMÃO, por parte de pai, do ex vereador volni Figueiro. João Augusto é o Contraponto de Cachoeira a figuras políticas lamentaveis como Alexandre Garcia.