Poesia na masmorra (2)

temer

Vamos continuar imaginando. Agora, imaginemos que Michel Temer vá visitar Sarney, Cunha, Calheiros e Jucá na cadeia. Sarney fala da vida na cela e reclama que os outros, que também são poetas, não param de recitar seus próprios versos.

Mas cada um tem apenas meia dúzia de poemas, e os colegas de masmorra se repetem muito.

Michel Temer diz que pode contribuir para a variedade. E recita esta obra-prima do simbolismo paulista, de sua autoria. Ei-la:

EXPOSIÇÃO

Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
Ou incapacidade.
E sua intimidade.
Nas linhas e entrelinhas.
Não teria sido mais útil silenciar?
Deixar que saibam-te pelo que parece que és?
Que desejo é este que te leva a desnudar-te?
A desmascarar-te?
Que compulsão é esta?
O que buscas?
Será a incapacidade de fazer coisas úteis?
Mais objetivas?
É por isso que procuras o subjetivo?
Para quem a tua mensagem?
Para ti?
Para outrem?
Não sei.
Mais uma que faço sem saber por quê.

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