A ARMA, O ASSASSINO E O ESPECIALISTA

Este não é um relato para quem já está saturado de ler sobre a chacina na zona sul de Porto Alegre. O assassino do casal e do filho apresentou-se à polícia.

Dionatha Bitencourt Vidaletti teve dois dias como foragido para preparar sua defesa. Disse ao delegado que a arma com que matou as três pessoas não era dele, mas de uma das vítimas.

Ele tomou a arma do agressor e acabou matando os três. E onde está a arma alheia que poderia atenuar sua condição de assassino? Ele se desfez da pistola 9 milímetros, mas não sabe onde.

O delegado já disse que o assassino está arrependido e que chorou muito sempre que falou da mãe, a dele, que está viva, e não a que ele matou, que deixou um órfão de oito anos, sem pai, sem mãe e sem irmão.

Nesta terça, Zero Hora publicou a tradicional reportagem com especialistas em violência, que sempre aparecem em momentos como esse. É assim em qualquer lugar do mundo, para que se procure compreender o que aconteceu.

Um dos especialistas é Diogo Pasuch, apresentado como “professor e pesquisador do tema”. Diz a reportagem:

“Pasuch levanta outro ponto frequentemente citado nesse tipo de debate: a hipótese de a vítima também estar armada. Segundo o especialista, o fato de o alvo do atirador estar armado pode inibir a ação do criminoso ou pelo menos diminuir o número de mortes na ação”.

E aí Pasuch é quem fala:

“A família estava totalmente desarmada. Sem poder de reação. Quando ele puxa a arma e o outro puxa também, bom, calma, a coisa para aqui. Ou, se prosseguir, não teríamos três mortes, no máximo uma”.

Quer dizer que, se os três que morreram estivessem armados, a ação do criminoso teria sido inibida? Haveria um congelamento da cena? Ou menos gente teria morrido? No máximo uma?

O criminoso, que não entende nada de teorias da violência, atrapalha a tese do especialista. Ele disse à polícia,
contrariando o que a própria polícia já sabia, que uma das vítimas era a portadora da arma com que matou o casal e o filho. Como se previa, a culpa foi transferida para a vítima.

E aí é de se perguntar: qual pode ser a contribuição de um professor que parece ser especialista em faroeste num momento como esse?

2 thoughts on “A ARMA, O ASSASSINO E O ESPECIALISTA

  1. Ora , ora , o tal de Pasuch não passa de um idiota , apologista do uso de armas por parte de todos os motoristas e ACOMPANHANTES. Só tenho uma duvida: em quem teria votado este Idiota?

  2. me impressiona a forma como os palpiteiros – completos ignorantes ao fatos – se pronunciam, como se na cena do suposto crime estivessem presentes.

    Para noticiar algo com tamanha parcialidade, no minimo, Algum parentesco ou RELAÇÃO com as supostas vitimas deve Possuir.

    Assassino especialista – nao possui arma registrada, muito menos serve ao seu pais ATRAVÉS das forcas armadas. Assassino especialista costuma ter antecedentes criminais.

    Entao meu amigo, por favor, nao seja so Mais um incauto inconformado com A noticia unilateral que le nos jornais.

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