A CUMPLICIDADE COM OS GOLPISTAS BOLIVIANOS
O Brasil pode estar dando abrigo a dois foragidos da Justiça boliviana, o ex-chefe das Forças Armadas Williams Kaliman, desaparecido na semana passada, e o ex-ministro da Defesa Luis Fernando López, que já estaria aqui há muito mais tempo.
Os jornais bolivianos informam que os dois fugiram para o Brasil, onde certamente desfrutam da proteção de grupos de extrema direita.
O general Kaliman era ministro de Evo Morales, quando traiu o governo e aderiu aos golpistas, em novembro de 2019.
Acovardou-se e fugiu para os Estados Unidos logo depois. Retornou ao país e estava até a semana passada em prisão domiciliar. Nunca mais foi visto.
López é empresário ligado aos golpistas e foi ministro do ‘governo provisório’ de Jeanine Añez, que assumiu depois da derrubada de Morales.
É investigado por corrupção. Fugiu há um ano, logo depois das eleições. Desde outubro de 2020 estava tramando um novo golpe contra o então presidente eleito Luís Arce, ex-ministro de Morales, para que ele não tomasse posse.
Há dúvidas sobre se Kaliman está de fato no Brasil. Mas é certo, segundo o comandante da Polícia Nacional, coronel Johnny Aguilera, que López deixou rastros encontrados pela Interpol e pode ser localizado logo.
O Brasil é notícia na Bolívia porque também surgem indícios que o governo Bolsonaro pode ter colaborado com o golpe contra Morales, ao lado da Argentina de Mauricio Macri, que forneceu munições e gás lacrimogêneo para que os golpistas reprimissem manifestações nas ruas.
A participação argentina já está comprovada, inclusive por carta que os militares enviaram ao embaixador do país na Bolívia, com agradecimentos pela ajuda de Macri.
O possível envolvimento de Bolsonaro começa a ser investigado pelo Congresso. O presidente da Câmara de Deputados, Freddy Mamani, informa que estão atrás de provas também de participação do Equador e do Chile.
O caso mais complicado, porque já foi provado, é o de Mauricio Macri, que enfrentará uma investigação aberta pelo Ministério Público argentino.
Macri foi um dia o modelo de neoliberal latino-americano para os jornalistas da Globo, liderados por Miriam Leitão e Merval Pereira.
É investigado e/ou já processado por espionagem contra adversários, corrupção, organização de quadrilha e agora pelo contrabando de munições para os fascistas da Bolívia.
Quando o assunto é golpe, @s jornalistas da Globo possuem pedigree.