A ENROLAÇÃO DE SERGIO MORO

Os sites que assessoram Sergio Moro repetem desde o meio da tarde que o ex-juiz pediu ao Grupo Sinos que doasse R$ 10 mil à entidade Pequeno Cotolengo, do Paraná, depois de uma palestra em 2016 no Teatro Feevale.
Essa informação pode transmitir a ideia de que Moro é um altruísta e talvez seja mesmo. Mas isso não interessa, não é essa a questão.
Dizer que doou R$ 10 mil não é o mesmo que dizer que recebeu um cachê de R$ 10 mil.
Moro tem que informar quanto recebeu do Grupo Sinos, e não quanto doou à entidade que se dedica à assistência de pessoas com deficiência.
Moro precisa dizer quanto ganhou (mesmo que nenhuma lei o obrigue) e o que o levou a esconder a palestra remunerada dos seus superiores e dos órgãos de controle da magistratura.
O ex-juiz não pode tentar misturar as coisas e sugerir que todos acreditam nessa história. Moro não pode fazer o que condenava nos réus da Lava-Jato que escondiam seus atos envolvendo dinheiro.
Moro deve ser transparente, não pode continuar enrolando. E o Grupo Sinos, que remunerou uma alta autoridade, alguém com função pública relevante, um caçador de corruptos, também precisa agir com transparência e dizer quanto pagou ao chefe de Dallagnol.
Que diga ao TRF4. E que o TRF4 esclareça essa aparente confusão, mesmo que Moro não seja mais juiz. Mas era juiz quando fazia palestras com cachê secreto.
O Judiciário não pode ter magistrados que escondem a remuneração de palestras a quem pode pagar altas somas por suas pregações. Pode ser legal, mas é moralmente insustentável.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Website Protected by Spam Master


1 + 1 =