Mais moderada, a esquerda tenta voltar ao poder no Uruguai

A Frente Ampla pode voltar ao poder depois da eleição desse domingo no Uruguai, mas com novas feições. Se vencer o segundo turno contra o blanco, da direita, Álvaro Delgado, o candidato da Frente, Yamandu Orsi (foto), diz que assumirá o poder com uma “esquerda mais moderna”.

Orsi, ex-prefeito de Canelones, na Grande Montevidéu, tem 51,8% da preferência do eleitor. Delgado, ex-secretário da presidência no gabinete do atual presidente, Lacalle Pou, tem 48,2%, segundo a CB Consultoria.

No primeiro turno, Orsi teve 43,9% dos votos. Delgado teve 26,8%. O que, segundo a pesquisa, mostra que o blanco reuniu quasse todos os votos da direita no segundo turno.

A esquerda mais moderna de Orsi significa que também no Uruguai a Frente Ampla tentará ser ainda mais ampla, andando em direção ao centro. Uma esquerda centralizada.

Tabaré Vázquez, o primeiro presidente da Frente Ampla, eleito em 2004, defendia que as esquerdas chamassem para perto uma parte do centro democrático, para continuar governando com apoio mais amplo. Tabaré morreu em 2020.

O padrinho de Orsi é o grande líder Pepe Mujica, da linha moderada da Frente. A vice na chapa é a prefeita de Montevidéu, Carolina Cosse. Carolina é da esquerda da Frente.

Lá, como acontece no Brasil, parte das esquerdas critica a tentativa da Frente de ampliar seu alcance caminhando mais para a direita do que para a esquerda. Mas a pergunta, lá e cá, é essa: há outra saída?

UM NOME
Se estivesse vivo, Al Capone poderia ser o ministro da Justiça de Trump.

ESQUECIDOS
É a era da ingratidão. Ninguém mais fala do Tio França, do Diogo Mainardi e do Olavo de Carvalho.

RÉGUAS
Do filósofo, linguista, cientista político e influencer gaúcho Fernando Schüler, na Veja:

“Será que é possível medir o sucesso a partir de uma mesma régua?”

Depois ficam falando mal da autoajuda e dos tutoriais do Pablo Marçal. Só falta esse Fernando Schüler convidar sua turma para subir a Serra da Mantiqueira ou, na versão gaúcha, a Serra do Caverá.

ROGER
Roger Machado é hoje, pelo que representa muito além do futebol como técnico do Internacional, pelo que faz e pelo que inspira, a figura pública mais poderosa do Rio Grande do Sul.