Orlando, a juíza e os cínicos

juiza

Eu conheço, todos conhecemos alguém que jogou pesado contra o casamento de gays no CTG de Livramento, em 2014. E não eram só os tradicionalistas de bota e bombacha ou os reacionários da cidade.

Era gente de fora da Fronteira, muitos de Porto Alegre, inclusive colegas de jornalismo. O CTG foi incendiado, em nome da tradição, mas a juíza Carine Labres resistiu, e o casamento saiu, apesar de alguns “esclarecidos” terem tocado o tambor da intolerância para a gritaria homofóbica.

O argumento era imbecil – gays não tinham que se meter com as tradições, porque tradição é coisa de macho. E dito por gente que nunca entrou em CTG.

Quem defendia as tradições é o mesmo tipo que chora agora o massacre de gays nos Estados Unidos e ataca o apego do matador ao fundamentalismo.

São pregadores de mensagens fofas, quando a tragédia é dos outros, lá em Orlando, e ao mesmo tempo são disseminadores de preconceitos rasteiros, sem dissimulações, quando o assunto envolve personagens gaúchos.

Assim, o massacre em Orlando seria obra de extremistas que odeiam gays. Mas o extremismo em Livramento contra quem desejava apenas casar no lugar que frequentava seria o quê? Seria uma resposta ao acinte de gays contra as tradições. É o que eles disseram há dois anos. É muita cara de pau dos oportunistas.

A juíza Carine sabe bem de quem eu estou falando. O repórter Nilson Mariano, que esteve em Livramento, e todos os que acompanharam a guerra contra os gays também sabem. 

 

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