A lição dos turcos

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Quanto mais gente disser que está enfarada de política, mais os golpistas vão se divertir.

Disseminar o sentimento de nojo em relação à política é parte da atual etapa do golpe. Vão tentar nos convencer de que não há mais nada a fazer e que as coisas estão consumadas.

O jornalismo adesista está espalhando esta conversa. O sentimento de enfaro só contempla o interesse de quem chegou ao poder e lá quer se manter.

A direita se convenceu de que chegou agora ao golpe perfeito, com o pior do PMDB no governo e o PFL no comando da Câmara. A total repulsa à política, depois do golpe, é a prioridade dos apelos midiáticos.

E enquanto nossos parentes, amigos e colegas ficam enojados da política, eles preparam, com pressa, o que devem fazer antes da eleição de 2018: a reforma trabalhista, a demolição do SUS (o ministro da Saúde, Ricardo Barros, diz que a maioria das pessoas que procura um médico do SUS está inventando doenças), a venda da Caixa (do Banco do Brasil, não?) e, quem sabe, o esvaziamento da Lava-Jato. Conquistas da Constituição de 88 começarão a ser pulverizadas quase sem que a maioria perceba.

Depois, quando os enojados estiverem dispostos a voltar a fazer política, a política já estará toda nas mãos deles. A resignação é a melhor companheira dos golpes.

Sem entrar em controvérsias da política interna deles, os turcos que reagiram ao golpe, e isso é o que interessa, podem nos ensinar algumas coisas.

 

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