A mala do Jaburu

Temos mais uma noticia sobre o caixa 2 do interino quando era vice-presidente da República e presidente do PMDB. É sintomático que a informação esteja de volta (porque já se sabia do caixa 2 do governante provisório), agora nas páginas de Veja e focada na Odebrecht, e se espraie como novidade.

Pergunta-se: por que um certo jornalismo está agora tão interessado em contribuir para a destruição da imagem do interino? Demandas urgentes não foram atendidas com a pressa exigida? O filósofo aquele que tudo resolveria em Brasília acabou falhando? Um dia ficaremos sabendo.

Este é a notícia. Temer pediu “uma doação” à Odebrecht e ganhou R$ 10 milhões. Mas não foram doações contabilizadas, mas em caixa 2. Dinheiro vivo, entregue em malas.

O dinheiro foi pedido no Palácio do Jaburu (este palácio ainda ficará famoso), em 2014, em jantar do então vice-presidente com Marcelo Odebrecht, do qual participou o agora ministro Eliseu Padilha.

Sabe-se que quem governa mesmo, quem orienta aliados, quem cuida das tais reformas e quem aparece no Jornal Nacional e no Fantástico é Padilha. Ninguém é mais próximo do interino do que o poderoso Padilha.

O que deve acontecer para que o caixa 2 do interino seja desvendado, depois da repetição da notícia velha pela Veja (o delator Sergio Machado já havia denunciado em detalhes como Michel Temer formou o caixa 2 do PMDB)? Espera-se apenas que executivos da Odebrecht façam a delação e contem tudo o que sabem.

E o que deve acontecer depois para que o interino e seus parceiros sejam responsabilizados? Que a Justiça, de preferência o juiz Sérgio Moro, chegue aos “tesoureiros” desta dinheirama.

Moro tem repetido que os envolvidos em delitos não podem se desculpar com o pretexto de que outros cometeram o mesmo crime anos antes. Moro entende que o marqueteiro João Santana, que confessou ter recebido dinheiro de caixa 2, repete demais que todo mundo na política é mantido com doações por fora.

Pois o que se espera é que Moro se empenhe agora na caçada também a outros beneficiários de caixa 2, para que não seja apenas um caçador de tesoureiros e marqueteiros de quadrilhas do PT.

Sergio Moro está perto do momento em que poderá provar ao país se é de fato um juiz que caça todos os ladrões, ou se limitará sua ação a apenas certos ladrões já bem identificados.

E não tem a desculpa, pretensamente jurídica, de que, para ir adiante, depende antes da Polícia Federal e do Ministério Público. Moro tem ido adiante sem depender de ninguém e sob a observação à distância do Supremo. Aliás, tanto PF e MP também estão diante da chance de se submeter à mesma prova.

E depois dos homens do caixa 2 do PMDB, ainda ficarão faltando os corruptos tucanos. Mas aí é pedir demais.

2 thoughts on “A mala do Jaburu

  1. eu nunca tive dúvidas das informações citadas na delação do machado e agora com mais essa delação estamos vendo quem é verdadeiramente o temer. A verdade está aparecendo.

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