A nova cara da direita bem nascida
Duas faces da direita que vem aí, com projetos para 2018 e para mais adiante: a direita desbocada e fascista de Bolsonaro e a cheirosa, dissimulada, do bom mocismo de Luciano Huck. Que direita deve ser mais temida?
Bolsonaro pode ser jogado para fora da estrada com um empurrão. É um fanfarrão que a direita atiça para que faça o serviço sujo de bater nas esquerdas, nos negros, gays e índios.
Huck é o sujeito que o Ministério Público Federal (aquele que não caça apenas petistas) tenta enquadrar como destruidor da natureza, por ter se apropriado de uma ilha do Rio e degradado sua paisagem.
Já foi condenado e recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. É provável que escape, como escapam quase sempre todos os que (desde que não sejam sem-terra) se adonam de espaços públicos e destroem praias e rios.
E Huck tem fama. Anda pelo mundo a apresentar-se como bom moço, pensando na possibilidade de um dia vir a ser candidato à presidência. Essa semana, foi aplaudido de pé por estudantes de Harvard e do MIT. Americanos? Não, brasileiros.
São os brasileiros pós-golpe. A nossa elite que vai estudar fora agora se sensibiliza com a conversa de um apresentador de TV. Ele é o exemplo de empreendedorismo. Mas no que Luciano Huck empreende? Na exploração comercial das misérias alheias?
Se os Estados Unidos tiveram o seu apresentador presidente, por que não podemos ter o nosso? Ainda mais um bem nascido. A receita de Huck é esta, nas palavras usadas por ele: ética e altruísmo.
É de se temer muito mais um Luciano Huck, como ameaça concreta, do que um Bolsonaro, apenas um instrumento a serviço de uma empreitada (e não só da direita extremada).
Bolsonaro é a direita de boca suja. Huck, que pode ser a terceira via tucana, é a direita benemerente, altruísta, que faz rifa com os sonhos dos pobres, desde que com bons patrocínios.
Alguém pode perguntar: mas antes do Huck não há o Dória? Talvez. Antes do Dória, quem existia era o Alckmin. Antes do Alckmin, o Aécio. Não há mais Alckmin, nem Aécio, nem Serra. É a vez da direita com berço.
Puro preconceito.
Julga e critica antes de ver qualquer resultado de qualquer ação, tipo nao vi e nao gostei por que eke é bem nascido, como se ser pobre fosse uma qualidade e bem nascido um defeito.
Que texto bosta. Admiro quem um dia ainda achou que tu irias susbtituir Paulo Santana. Só rindo mesmo!!
O Paulo Santana? era a cara da RBS ,o Moisés tem uma conversa inteligente,,não é egótico,não se mete a cantor, nem é torcedor fanático – para pararmos por aí…Na última pa´gina da ZH jamais seria aceito o excelente moisés Mendes!.
Excelente análise , os riscos reais de um novo salvador dá pátria dessa vez de dentro do próprio caldeirão global, deve ser levado a sério …
Eu se fosse tu não aceitava ofensa pessoal no teu blog, Moisés. Te comparar ao Paulo Sant’anna???? Baixeza tem limites, ué. Pode até xingar a mãe, mas comparar com aquilo é demais.
Algo pode ser pior do que um projeto governar por 14 anos, e, não conseguir fazer nada de útil pelo povo ? Não termos uma educação, uma saúde, uma política de segurança melhores do que quando entraram ? Um projeto industrial voltado para as elites, financeiras e políticas ? É justo o medo. O medo de que o novo faça algo melhor que o nada deixado de herança para o povo, além dessa ridícula divisão antagonizar dessas milícias de esquerda.