Anotações
Algumas observações do dia seguinte.
Ficou evidente ontem que Sergio Moro se livrou da toga com uma rapidez impressionante e se vestiu com os trajes de homem do poder num governo de extrema direita.
A nota da Associação Juízes para a Democracia sobre sua performance o denuncia como um ex-juiz que agora ofende com sua postura ex-colegas e o Judiciário. Moro é hoje um político em desespero.
O jornalismo desafiado pelo ex-juiz não é apenas o do Intercept. Moro não espera nada que o incomode da grande imprensa. E a grande imprensa até mexe com o Queiroz, mas nunca perturbou Sergio Moro.
A reação dos jornalistas aliados incondicionais dos métodos da Lava-Jato não tem o tom de entusiasmo esperado. Há no geral um consolo constrangedor.
O consolo é de envergonhar o jornalismo mais raso. Para os amigos da Lava-Jato, Moro soube enrolar no depoimento e por isso saiu como vitorioso.
Jornalistas não deveriam ser aliados de enroladores. Mas no Brasil do bolsonarismo tudo passou a ser normal.
A cena de Flavio Bolsonaro, o chefe do Queiroz, bajulando Sergio Moro ao vivo para todo o Brasil é uma das mais chocantes já vistas no Congresso.
O Intercept poderia nos brindar com algo mais no dia de Corpus Christi.