ARAS DÁ UM DRIBLE NA FOLHA

A Folha embarcou no drible de Augusto Aras para enganar ingênuos. Diz o jornal que o procurador-geral da República, Augusto Aras, “tem usado casos de racismo e homofobia cometidos por aliados de Jair Bolsonaro (PL) para tentar se distanciar da pecha de aliado do presidente”.

Que bobagem. A PGR de Aras trata de personagens irrelevantes, no contexto das acusações contra Bolsonaro e a extrema direita, e a Folha acha que isso é algum sinal de descolamento do procurador em relação ao Planalto. É apenas a obrigação da PGR.

Diz a Folha que a PGR é “omissa em relação às ofensivas de Bolsonaro contra as instituições e inerte em relação a indícios de irregularidades no governo”.

Mas mesmo assim a PGR já pediu abertura de inquéritos contra três pessoas próximas do Palácio do Planalto.

São elas o ex-ministro Abraham Weintraub, por racismo contra a China, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), por preconceito racial, e, agora, o alvo foi o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por homofobia em entrevista concedida 16 meses atrás.

Ora, alguma coisa a PGR tem que fazer, ou não precisaria existir. Mas para a Folha é assim que Aras se afasta da fama de bolsonarista e se fortalece como defensor dos direitos humanos.

Como a grande imprensa vem publicando besteiras. O que importa não é a atuação da PGR em questões com personagens subalternos. Isso é o básico.

O que interessa é que até agora, cem dias depois da entrega do relatório da CPI do Genocídio, a PGR mantém tudo na gaveta.

Bolsonaro, ministros e parlamentares estão intocáveis. Marcelo Queiroga, Onyx Lorenzoni, Braga Netto, Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Ricardo Barros e outros com foro privilegiado estão bem protegidos.

A PGR não deu sinal de nenhuma providência efetiva na direção de ratificar o pedido de indiciamento dos protegidos. E também não se sabe nada sobre os não protegidos.

O que irá acontecer com os seis coronéis, sem foro, citados por suspeita de envolvimento com as facções das vacinas? O véio da Havan será indiciado por disseminar fake news?

Essas são as questões essenciais. A Folha deveria tentar saber por que pessoas com foro têm a proteção da inação da PGR, e não ficar divulgando notícias que ajudam na construção de uma nova imagem para Augusto Aras.

O fracasso da CPI, em relação aos indiciamentos que não acontecem (e não acontecerão, quanto mais se aproxima a campanha eleitoral), passa pela omissão da grande imprensa.

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