AS AVENTURAS DE UM GURI PORRA-LOUCA

Este livro é divertido, melancólico, é muitas vezes triste, mas é na essência a alma de uma gurizada maluca do final dos anos 60 e início dos 70.

Conta as memórias de Claudio Antonio Weine Gutierrez, um militante de esquerda que se autodefine como “um guerrilheiro absolutamente desastrado”.

A Guerrilha Brancaleone é o balanço das estropolias de um grupo de estudantes gaúchos que pretendia fazer ações armadas contra a ditadura, quase sempre atuando à margem das grandes organizações clandestinas.

Foram apelidados de brancaleones (por causa do filme do Monicelli) por Flavio Koutzii, que aparece dando conselhos e pedindo que eles baixem a bola.

Há episódios hilários sobre tentativas de se apoderar de armas dos inimigos, sempre com desfechos surpreendentes. Há utopia, muita loucura e desencantos, mas o Gutierrez maduro é compreensivo com o Gutierrez porra-louca.

Estão presentes os que tombaram, entre os quais Luiz Eurico Tejera Lisboa, o Ico, companheiro de luta de Gutierrez, assassinado pela ditadura em 1972 e por sete anos um desaparecido político.

Seu corpo só foi localizado em 1979. Foi o primeiro corpo encontrado de um militante enterrado em cova clandestina.

Li esse livro num tapa, há uns 10 anos, por recomendação do meu amigo Calino Pacheco, outro que se arriscou a enfrentar as gangues da ditadura, que ameaçam agora com novo golpe.

Fiquei sabendo do relançamento pela Sulina no perfil do Nei Lisboa, que é irmão de Ico. É dia 10, sexta-feira, em Porto Alegre, no Clube de Cultura, às 19h.

Abaixo, o link para o site da Sulina, para compras:
https://www.editorasulina.com.br/detalhes.php?id=817&fbclid=IwAR18ic36IaBkC7nDxY81nzRMUlUy2QRopeUoghMlFBXCp3dtSl0vGTx-sNk

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