AS FLECHADAS DA OLIMPÍADA DAS LIBERDADES

É claro que a TV vai esconder, porque assim mandam os protocolos dos censores do Comitê Olímpico. Mas esta pode ser a Olimpíada da militância pelas liberdades e pela diversidade e contra fascismos, homofobias, discriminações, machismos, xenofobias e outras coisas ruins.

Esta cena aí da foto, do jogador brasileiro Paulinho, na partida contra a Alemanha, é muito mais do que a exaltação de uma religião.

Paulinho fez um gol e simulou atirar uma flecha em homenagem ao seu orixá. É a flecha de Oxóssi. O gesto é poderoso, por seus muitos significados.

É muito mais do que uma homenagem e uma reverência às crenças de matriz africana, para relembrar infância e adolescência ao lado da mãe, da avó e das tias dedicadas aos ritos do candomblé e da umbanda.

É uma demonstração de afirmação da cultura negra, da resistência, do respeito às suas origens. É uma declaração de negritude e brasilidade.

O Brasil branqueado trata mal, persegue e mata os negros pobres e vem tratando mal a umbanda e o candomblé e outras manifestações religiosas que não seguem a linha do Deus do bolsonarismo.

O Brasil fascista agride, violenta e desrespeita as religiões dos negros, em nome de alguns crentes brancos de Bolsonaro, que radicalizam suas ações ditas evangélicas.

Paulinho considera a sua religião uma filosofia de vida. Depois do jogo, ele disse:

“O candomblé e a umbanda passam de geração para geração. Tenho muito orgulho da minha religião”.

Que continue tendo, no Brasil onde Neymar e seus parceiros renegam de onde vieram e se aliam à extrema direita negacionista.

A Olimpíada já teve algumas manifestações pelas liberdades e certamente terá muito mais.

Jogadoras de futebol já se ajoelharam antes das partidas, no gesto consagrado contra a violência racista que mata negros. Nike Lorenz, capitã do time de hóquei da Alemanha, afixou uma estampa com o arco-íris, símbolo LGBTQ+, no tornozelo.

Esta parece ser a Olímpiada de atletas com o perfil de Paulinho e de Douglas, o craque do vôlei assumidamente gay, que vem divertindo o público com seu humor inteligente no Instagram.

Paulinho e Douglas são contrapontos ao atleta brasileiro alienado (muitos deles do futebol e tantos outros também do vôlei) ou aliado da direita e da extrema direita. Há alienados e/ou bolsonaristas até no surfe.

Paulinho e Douglas se juntam a Richarlison, jogador do Everton, da Inglaterra, o sempre citado militante das liberdades nas redes sociais.

Richarlison é um em meio a estrelas do futebol brasileiro ausentes de qualquer questão que envolva negros, gays e minorias, dentro ou fora do esporte. Que ele, Paulinho e Douglas sejam inspiradores das novas gerações, com ou sem medalhas.

One thought on “AS FLECHADAS DA OLIMPÍADA DAS LIBERDADES

  1. Sei lá Moisés, eu ando bem descrente.
    Essa camiseta amarela, nāo me empolga mais.
    Nunca mais verde-amarelo, para mim vai ser sempre às cores dos fascistas e golpistas.

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