AS RÁDIOS E OS CAMINHONEIROS

Não vou mais ouvir rádio no carro. É muito perigoso. Hoje pela manhã, quase atropelei um inocente buraco, na Juca Batista, quando uma jornalista fofa disse com voz empostada que os caminhoneiros precisam ter bom senso numa hora difícil para o país.
E depois ela afirmou o que eu não saberia, se não estivesse ouvindo aquela rádio: que há caminhoneiros que são pela paralisação e que há caminhoneiros que são contra a paralisação.
Eu repeti em voz alta dentro do carro, falando comigo mesmo: e há jornalistas fofos e jornalistas que não são fofos. Mas os que não são fofos não falam mais em rádio alguma, com as raríssimas exceções de sempre. As rádios são o reduto do reacionarismo, muito mais do que os jornais.
Um motorista que parou ao meu lado na sinaleira me olhou de um jeito estranho. Eu disfarcei e optei por desligar o rádio, para não assustar as pessoas nem atropelar buracos.
Quero que os outros motoristas me vejam como uma pessoa sensata.

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