BARROSO FICARÁ SOZINHO CONTRA O GOLPE?

O ministro Luis Roberto Barroso vai ficar sozinho na reação, mesmo que tímida, à convocação de Bolsonaro para o golpe?

O presidente da República sobe na caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército, num ato pró-ditadura, e diz que não quer negociar mais nada, e apenas um, um só ministro do Supremo se manifesta.

Os outros vão esperar até amanhã? Os outros não podem ficar esperando pela provocação de repórteres. Devem tomar a iniciativa de condenar os atos de hoje, antes de serem consultados com perguntinhas da imprensa. São 11 ministros.

Barroso escreveu no Twitter:

“É assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia. Defender a Constituição e as instituições democráticas faz parte do meu papel e do meu dever. Pior do que o grito dos maus é o silêncio dos bons”.

Citou Luther King para apontar na direção dos que se calam. Barroso tem razão. O fascismo só avança porque há muitos calados. As manifestações de hoje provaram que o golpe avança num ambiente de alienação e resignação agravadas pela pandemia.

Foi um dia de aglomerações em todo o país. Em Porto Alegre, ficamos sabendo que um grupo se reuniu diante do QG do Exército e pediu a volta da ditadura, enquanto parte da turma agredia quem passava e discordava. Policiais que estavam por perto não fizeram nada.

Barroso tem o mérito de pelo menos se manifestar. Mas vamos admitir que um ministro do Supremo não pode dizer que é assustador ver o aumento das ameaças contra a democracia.

Quem pode se sentir assustado é o cidadão comum. Uma autoridade da mais alta Corte do país não pode estar assustada, mas preparada para o enfrentamento do fascismo. Barroso deveria ter usado outra palavra.

Parece que as manifestações de hoje tiveram pouca relação com o desejo de abrir o comércio e pegar os R$ 600 de pobres e miseráveis e muito mais conexão com a sanha de acelerar o golpe.

Hoje, Bolsonaro deu um passo adiante, depois da manifestação de ontem, quando foi até a rampa do Planalto, apontou o dedo para o Supremo e pôs no STF e em governadores e prefeitos a culpa pela tragédia econômica e social com a pandemia.

E os militares? O que dizem os generais da performance do homem que não para de tossir e passar a mão no nariz?

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