BOLSONARO ESTÁ EM SOFRIMENTO

Nem o mais fiel tiozão bolsonarista acredita que Bolsonaro esteja de fato muito feliz andando de jet ski em Santa Catarina. Bolsonaro finge estar numa boa, mas é um homem atormentado.

Ele sabe, até porque passa mais tempo nas redes sociais do que governando, que o Brasil todo acompanha com vaias seus passeios e suas pescarias na praia, enquanto a Bahia enterra seus mortos.

Sabe que a hashtag ‘vagabundo’ bateu recordes nas redes sociais na terça-feira. Bolsonaro quer ser amado, não quer ser chamado de vagabundo.

Ah, dirão, mas ele não liga pra isso. Liga, sim. Todo mundo liga, e mais ainda alguém infantil e egocêntrico com mandato popular, o mais poderoso mandato de um país.

Bolsonaro queria ser adorado e bajulado não só pelos sabujos que o cercam e pelos motoqueiros barrigudos de Sorocaba vestidos de verde e de preto.

Ele quer a adoração da maioria, mas tem só uma minoria que encolhe a cada pesquisa. Bolsonaro sabe que a maioria quer Lula. 

Bolsonaro não quer a vacina, mas o brasileiro quer se vacinar e as mães querem imunizar seus filhos com urgência. 

O genocida queria ter seu próprio partido, com um cofre só dele e dos filhos, mas o povo não quis saber do partido e inviabilizou o que seria o maior negócio da família.

Bolsonaro quer o povo armado, por acreditar que assim poderá formar suas milícias. Mas as pesquisas dizem o contrário, que a maioria não quer saber de armamentismo.

Ele sente o efeito desastroso das suas atitudes, mesmo que não recue, mas mantém suas loucuras. Porque é movido em direção ao próprio sofrimento.

Bolsonaro não foi à Bahia porque odeia o povo nordestino, que o detesta. Ele odeia todo povo que deseja a manutenção do Bolsa Família. E o ódio que o povo sente por ele o destrói.   

Bolsonaro consagra-se como o vagabundo mais observado e vaiado do Brasil, com vagabundagem custeada com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Ele depreciou a imagem dos vagabundos, sempre tratados com alguma condescendência e certo romantismo. 

Como deita e não dorme, porque passa a noite em claro no celular, sabe que nunca antes o Brasil vaiou tanto um vagabundo. Não há como dormir.

As férias de Bolsonaro devem ser um inferno para ele e para a família. Faz parte do sofrimento que o sujeito impõe a todos eles fingir que não é nada disso. Mas Bolsonaro deve estar sofrendo junto com os seus.

Bolsonaro não vai à Bahia porque acha até que o seu sofrimento é maior que o dos baianos. Olhem para o meu sofrimento, é o que tenta dizer, enquanto finge que se diverte andando de jet ski. 

O sofredor deveria ser socorrido por uma junta de figuras da elite da direita, da extrema direita e das Forças Armadas. Uma junta que pode ser ampliada e ter os amigos milicianos da família.

Deveriam dizer a ele que a exposição pública da sua alienação não funciona. Que ninguém quer saber do ódio que ele sente pelo povo baiano e que suas férias em Santa Catarina são a coisa mais grotesca produzida por alguém no poder no Brasil.

Só 20% se comovem com o seu sofrimento como figura pública acossada e desprezada. Bolsonaro sofre no cercado do Alvorada, por saber que aquela claque não o salvará. Sofre quando precisa ler discursos escritos pelos outros sobre coisas que não domina.

Sofre por não saber com quem pode contar entre os militares e por sentir que é usado e saqueado pelo centrão. E sofrerá todos os dias até ser goleado por Lula em 2022.

Bolsonaro sabe que foi inventado com a ajuda da Globo e de Sergio Moro e que ambos o esnobaram. Sobraram como seus suportes de fidelidade os milicianos, os grileiros e os garimpeiros da Amazônia.

Andar de jet ski em Santa Catarina o distrai e o engana, mas não o suficiente para que esqueça que não governa e que talvez nunca tenha governado. 

O Brasil espera todos os dias os próximos atos do sofrimento público da vagabundagem de Bolsonaro, até o momento em que tudo terá um fim. 

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