BOULOS DESAFIA A GLOBO
A Globo pode tomar uma decisão importante hoje, não só para a organização, mas para o jornalismo de toda a grande imprensa.
Como foi infectado pela Covid-19, Boulos não poderá participar do debate ao vivo e presencial que aconteceria à noite com Bruno Covas.
Mas o candidato do PSOL está se sentindo bem e decidiu propor à Globo que faça um debate virtual.
Quase metade do jornalismo da Globo hoje é online, com fontes sendo ouvidas em casa sobre qualquer assunto em todos os programas. A Globo não tem como fugir do desafio.
Não há a desculpa dos problemas técnicos de última hora. Hoje, qualquer criança faz as conexões e pode até mediar o debate.
A decisão da Globo pode reafirmar o acovardamento da grande imprensa e sua adesão incondicional aos projetos da direita, como pode representar alguma esperança de avanço em nome das liberdades, do jornalismo e da democracia.
A Globo não pode se encolher. É frágil o argumento de que a legislação não permite debates virtuais. Por que não, se vários confrontos já foram realizados pelo sistema online?
Há também a informação de que, por acordo entre Boulos e Covas, o debate deveria ser apenas presencial. Acordos podem ser revistos, dependendo das circunstâncias e do entendimento entre as partes.
Se quer o debate, em nome da transparência de projetos e ideias, Covas deve dizer que aceita. Se não aceitar, ficará marcado. Todos sabemos qual será a marca que levará na testa para sempre.
Queremos debate virtual já.
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UMA MISSÃO INGRATA
Hamilton Mourão virou comentarista das falas de Eduardo Bolsonaro contra a China. Antes, comentava as declarações ofensivas de Ricardo Salles aos governos europeus.
Mourão já comentou até as falas de Olavo de Carvalho. O general caiu na armadilha de ser o comentarista do governo.
É muito pouco para um vice-presidente da República.
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A DIREITA VACILANTE
Durou pouco mais de um mês o reinado da governadora provisória de Santa Catarina que não dizia se condenava ou não o nazismo para não brigar com o pai simpatizante de Hitler.
Por seis votos a três, um tribunal especial da Assembleia determinou que o governador Carlos Moisés, um bolsonarista arrependido, volte ao cargo.
A questão é saber como ele e a vice vice-governadora, Daniela Reinehr, vão conviver depois desse rolo.
O governador é um representante da direita fofa. Mas ainda bem que os catarinenses se livraram do risco de ter no governo alguém vacilante sobre o Holocausto.
Até pode ser pouco para um vice-presidente. Mas é demais para um general mequetrefe.