Jornalismo embarcado
Os jornalistas que aplaudem o interino estavam sem saber o que fazer nas primeiras semanas de governo provisório. Alguns chegaram a dar sinais de que saltariam fora.
As pesquisas, que mostram os tucanos completamente avariados, fizeram com que a turma de apoio ao golpe reavaliasse posições. Ninguém salta fora agora.
Não dá para arriscar e induzir a uma antecipação das eleições (no caso de Dilma e o interino caírem). Segure-se o interino, até onde for possível, porque o cenário eleitoral é favorável à Marina e ao Lula.
Os jornalistas que vinham ameaçando abandonar o barco já fazem declarações explícitas de amor eterno ao chalaça. Eles queriam mesmo um tucano, mas Michel é a direita possível no poder.
Qualquer outro movimento é de alto risco. Uma eleição (coisa que a direita não vence há uma década e meia) é tudo que deve ser evitado.
Os jornalistas preferem continuar embarcados, todos com cara de neutros, isentos e imparciais. O jornalismo independente e democrático anda cada vez mais estranho.