Cinco labirintos nos tortuosos caminhos do golpe

1 – Hoje, a imprensa ‘independente’ está com quem? Indícios, suspeitas e provas (com abundância de convicções) mostram que o jornalismo embarcado se dividiu. Uma parte, a minoria, continua com o Jaburu, outra amplia os laços com os tucanos (trabalhando pelo golpe de uma eleição indireta) e uma terceira turma chuta com as duas, ataca, defende, confunde e se protege. O jornalismo golpista nunca foi puro. É um jornalismo tecnicamente bem mesclado e moralmente dinâmico.

2 – O PSDB, que embarcou no governo para pagar pra ver, enxergou o que até agora? Há quem diga que o partido não sabe o que pode ganhar, mas já sabe o que pode perder. Nenhum tucano tem certeza de que será possível aplicar o golpe no golpe. E a maioria entre eles sabe que não há até agora quem possa enfrentar Lula em 2018. Enquanto isso, cobras amigas e inimigas do PMDB e do PSDB continuam dormindo no mesmo serpentário, com os rabos virados para a parede.

3 – Se a economia se recuperar, mesmo que muito pouco, o Jaburu segura o tranco? A sensação é de que sim. O governo interino aposta que finalmente as notícias do Jornal Nacional passarão a ser boas, porque não podem ser ruins para sempre. Outra aposta: se melhorar um pouco, estará afastada qualquer possibilidade de reação das ruas, e a oposição se fragiliza. Nessas circunstâncias, o país já estaria sob anestesia ampla e geral e pronto para as reformas da Previdência e das leis trabalhistas. O golpe ficaria completo.

4 – Sergio Moro saberá conduzir a Lava-Jato com sabedoria, para que não perca o controle da coisa, ou em algum momento cometerá de novo um gesto de torcedor, como quando mandou para a Globo a gravação da conversa de Dilma e Lula (aliás, até hoje ninguém foi punido nesse caso…)? Uma outra pergunta complementar: Moro sabe mesmo avaliar o tamanho da bronca política de processos já estigmatizados pelas suspeitas de seletividade e por vazamentos? Em resumo: Moro não fará nenhum esforço para deixar de ser o ídolo da direita?

5 – Se as contas da chapa Dilma-Temer forem consideradas ilegais pelo TSE e o homem do Jaburu cair, quem será a alternativa à mão, numa eleição indireta, para que pelo menos o povo continue quieto, com sua resignada candura? Ou isso pouco importa, porque a classe média está dominada, a esquerda não tem o que fazer e qualquer um escolhido pela direita dará conta do recado?

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